Estilo atemporal, posição de pilotagem confortável e potência de sobra para encarar passeios ou viagens. Este é o propósito da Classic 650, a mais nova moto da Royal Enfield. O lançamento aconteceu nesta semana, mas nós já andamos com a novidade e aqui você saberá se ela entrega tudo o que promete.
Lançamento da Classic 650
A mais nova moto Royal Enfield foi exibida ao mundo nesta semana, durante o EICMA – Salão de Milão. Entretanto, a apresentação para a imprensa internacional aconteceu algumas semanas antes, num evento realizado no norte da Inglaterra.
Foi lá, a convite da marca, que pudemos conhecer em primeira mão todas as novidades. Além de checar a ficha técnica e todos seus detalhes, rodamos mais de 300 km com a nova twin, colocando à prova o seu desempenho, conforto e proposta.
Mas por que a Inglaterra? O lugar foi escolhido justamente por remeter às origens da Royal, afinal, a marca nasceu no Reino Unido – há mais de 120 anos. Assim, não havia região mais adequada para apresentar uma moto que resgata as linhas mais clássicas da fabricante. “Escolhemos uma região repleta de história para uma moto com a essência da Royal Enfield”, disse Arun Gopal, líder de negócios internacionais da companhia.
Ficha técnica
Antes de revelar as impressões ao pilotar da Classic 650, é preciso apresentar sua ficha técnica. A nova Royal Enfield compartilha a plataforma twin da marca (já vista nas Interceptor, Continental, Super Meteor, Shotgun e Bear), incluindo o motor de 2 cilindros em linha, 47 cv e 5,3 kgf.m de torque, a 7.250 rpm e 5.650 rpm. O câmbio é de 6 velocidades.
Além disso, possui rodas raiadas de 19″ e 18″, calçadas por pneus 100/90 e 140/70. Já as suspensões são assinadas pela Showa e contam com garfo telescópico de 43 mm na dianteira e dois amortecedores atrás, com cursos de 120 mm e 90 mm. Os freios são da Bybre, com discos simples de 320 mm e 300 mm.
O tanque tem capacidade para 14,8 litros, o que contribui para o peso total de 243 kg da moto – já abastecida e pronta para rodar. É uma moto relativamente grande, com 2,36 m de comprimento (5 cm a mais que a Super Meteor), mas acessível, com assento a 80 cm do solo. Ah, e tem o banco! Apesar da maioria das imagens de divulgação mostrar a moto com assento único, a nova Classic virá de fábrica com dois bancos.
Itens de série
A Classic 650 é voltada ao motopurismo, então não é justo esperar um pacote eletrônico generoso dela. Ainda assim, possui recursos interessantes. A nova Royal Enfield é equipada com farol e lanterna em LED, ABS nas duas rodas, tomada USB-C, sistema de navegação Tripper e um pequeno computador de bordo.
Teste ride – impressões ao pilotar
Finalmente, é hora de rodar na máquina! A Classic 650 impressiona logo no primeiro contato visual, pois une as linhas já conhecidas da Classic 350 ao bem-resolvido motor de 2 cilindros da marca. Mais que isso, é um verdadeiro tributo aos seus mais de 120 anos ininterruptos dedicados à fabricação de motos. É como acelerar a história, mas com o conforto e segurança do presente.
Desta forma, a experiência ao guidão é marcada pela posição de pilotagem clássica. Ou seja, pés alinhados com o quadril, mãos logo abaixo da linha dos cotovelos e peito bem aberto, ao melhor estilo pós-Guerra. Um verdadeiro barato para quem curte a proposta. Além do visual, a posição permite ter controle total sobre a moto, seja em altas velocidades ou em ruas apertadas e estreias.
Outro fator determinante nesta equação é o motor. Com os dois cilindros operando alternadamente graças ao virabrequim de 270º, ele produz um ronco encorpado e gostoso de ouvir. Além disso, entrega ótimo torque em baixas e médias rotações, o que pode ser traduzido em diversão nas saídas de curvas e estradas sinuosas. Para fechar, há potência de sobra (e baixa vibração) para manter velocidades elevadas por longos períodos – acima dos 130 km/h, por exemplo.
Pontos positivos da Classic 650
1. Experiência clássica
Certamente, um dos pontos que mais irá agradar os interessados na compra da Classic 650 é sua identidade. É uma moto com essência, com pegada, com estilo. Se o motopurismo na sua mais tradicional apresentação já faz sucesso na Classic 350, foi elevado a um novo nível na nova 650 cc.
2. Conforto
Outro ponto positivo da nova Royal Enfield 650 é, seguramente, seu conforto. Rodamos com a moto um dia inteiro e concluímos os 300 km com sorrisos e tranquilidade. Nada de fadiga. Isso é possível graças à posição de pilotagem relaxada, bom trabalho do banco e suspensões, assim como pela suavidade do motor.
3. Uma moto competente
O objetivo da Classic 650 não é apenas ser uma moto estilosa, mas, também, totalmente funcional na tarefa de atender ao chamado do motopurismo. Ou seja, quer entregar conforto para percorrer longas distâncias, com potência de sobra para ultrapassagens e diversão, numa experiência temperada pela tradicional posição de pilotagem das motos do pós-Guerra. E é exatamente isso o que ela entrega.
Pontos negativos
Claro que todas as motos podem ser aperfeiçoadas, mas a Classic 650 não mostrou nenhum problema crônico durante nosso ride de primeiras impressões. Talvez a iluminação pudesse ser full-LED ou o conjunto pudesse passar por uma pequena dieta, mas são detalhes perdoados diante da proposta de uma moto ‘feita como uma arma’, como propõe o slogan da marca. E que, além disso, não causam impactos negativos na experiência de pilotagem.
Quem sabe, seu maior defeito seja ainda não estar desfilando pelas ruas do Brasil, onde irá satisfazer uma legião de motociclistas que curtem a proposta, mas buscam mais potência que a atual Classic 350 tem a oferecer. Além de, é claro, conquistar novos consumidores para a marca.
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Cores da nova Classic
Para fechar este teste ride e apresentação da nova Classic, vamos às cores e versões. O modelo está disponível em versão única, mas com 4 opções de acabamento e cores: Vallam Red (vermelho com branco), Bruntingthorpe Blue (azul com branco), Teal (verde claro com branco) e a tradicional Black Chrome (cromado, com detalhes em preto).
Lançamento da Classic 650 no Brasil e preço
A Classic 650 já está em fase de pré-venda em alguns mercados, como o europeu. Entretanto, as entregas devem ocorrer apenas em meados de março de 2025. Na Itália, por exemplo, ela tem preço variando de 6.800 a 7.100 euros (cerca de R$ 42 mil a R$ 44 mil em conversão simples). Assim, custa praticamente o mesmo que uma Interceptor 650 por lá.
O lançamento no Brasil ainda não tem data confirmada, assim como o preço. Além da Classic, modelos como Himalayan 450 e Bear 650 também são aguardados por aqui. Vale lembrar que o mercado brasileiro é o maior do mundo para a Roya Enfield fora da Índia.