Maior fabricante de motos do mundo, a Honda vive apostando em novos segmentos. Entre seus sucessos recentes está o nicho das scooter aventureiras, criado em 2017 com a X-ADV.
Porém, nem todas as iniciativas se tornam recordistas de vendas. E, entre os projetos que acabaram indo parar na gaveta, está o da moto turbo. Relembre a moto criada para mudar a história do motociclismo, mas que ficou pelo caminho.
Moto turbo? A Honda criada para mudar a história
A Honda já teve no exterior modelos exóticos como uma moto turbo! Além disso, a motocicleta não se tratava de uma superesportiva de corrida, mas de uma média cilindrada cheia de estilo.
O lançamento desta peculiar novidade aconteceu em 1982. Chamada de CX500 Turbo, a motocicleta não se tratava de uma versão especial: era de fato uma máquina destinada às ruas.
A curiosa Honda CX500 era movida por um motor de dois cilindros em V a 80 graus, com 497 cc e arrefecimento líquido. E claro, o grande destaque era o sistema de turbo do modelo, um dos menores do mundo!
Para acomodar a novidade, muitos outros componentes do motor foram atualizados, virabrequim, embreagem e até pistões forjados! Com tudo isso, junto da pequena turbina, a potência máxima da moto subiu de 50 cv para pouco mais de 80 cv.
Enfim, a moto turbo da Honda tinha ainda conjunto com suspensão traseira monoamortecida pró-link e um sofisticado painel de instrumentos, com relógio, nível de combustível e monitorando o indicador de impulso turbo.
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Ideia ficou pelo caminho
Apesar de ser uma moto turbo, o desempenho da Honda CX ainda era modesto. Com uma aceleração discreta a velocidade máxima era de “apenas” 201 km/h. Além disso, o conjunto turbinado sofria com o “leg”, tempo em que a turbina demora para encher (alcançar o ponto de eficiência) e gerar pressão no coletor de admissão. Se nos carros da época o leg já era um problema, nas motos podia até ser perigoso.
Contudo, um ano depois da 500cc, a Honda dobrou a aposta, lançando a CX650 Turbo. O novo modelo tinha menor atraso do compressor e aumento da potência. Estes dois fatores permitiram uma aceleração vigorosa e uma velocidade máxima de 217 km/h.
Porém, ainda nos anos de 1980 outras rivais esportivas já eram bem mais rápidas e tinham mecânica mais simples. Mais do que isso, as rivais eram bem mais acessíveis que as motos turbo da Honda.
Em resumo, mesmo com toda a engenharia da marca japonesa, a moto turbo não conseguiu superar as desvantagens de sua complexidade. Por fim, o alto preço dos modelos resultaram em um baixo número de vendas, o que selou o fim das motos turbo.
A história se repetiu?
Curiosamente, esta não seria a última vez que a engenhosidade da Honda foi superada pela simplicidade de outros projetos. Novamente na busca de revolucionar o mundo das motos esportivas, a Honda lançou uma inédita motocicleta com pistões ovais em 1991. Nascia a incrível NR 750, que entregava 125 cv com apenas 750 cc.
Incrível, mas cara. A complexidade do produto cobrava seu preço no desenvolvimento, venda e manutenção. Tanto que logo a própria Honda buscaria uma alternativa mais rentável, de mecânica simplificada. E, assim, lançaria a CBR 900RR Fireblade. Relembre esta pouco conhecida história sobre motos.