As regras de trânsito no Brasil e em quase todos os países têm seguido uma tendência clara: reduzir velocidade, aumentar restrições e impor limites mais rígidos de emissões. Mas na Europa, a Holanda está completamente na contramão dessa ideia.

Depois de reduzir os limites de velocidade para 100 km/h em 2020, o governo holandês decidiu trazer de volta o limite de 130 km/h em trechos de algumas rodovias. Essa decisão não foi tomada de forma aleatória. Estudos mostraram que, nesses pontos delimitados, aumentar o limite de velocidade não gerou mais acidentes, nem aumentou significativamente o ruído ou a poluição.


Essa abordagem baseada em dados desafia a noção tradicional de que mais devagar é sempre mais seguro. Em situações específicas, permitir velocidades mais altas pode até melhorar o fluxo do tráfego e reduzir engarrafamentos. Toda a questão é entender onde isso pode ser feito sem comprometer a segurança de motoristas e pedestres, ou seja nada de passar a 130 kh/h em um setor hospitalar.
E para os motociclistas?
Nas rodovias, diferente do transito na cidade um dos grandes perigos, principalmente para os motociclistas, são as frenagens bruscas e manobras arriscadas. Com um limite de velocidade praticamente igual entre todos os veículos, pode ser que as estradas se tornem mais seguras. Um exemplo disso é a Autobahn da Alemanha, que não tem limite de velocidade oficial .


Apesar da liberdade de velocidade, a Autobahn é responsável por 39,7% dos acidentes de trânsito na Alemanha, de acordo com o clube de automóveis europeu ACE. No entanto, a rodovia é classificada como uma das vias mais seguras da Europa, ocupando o sexto lugar entre os países com menos mortes por acidentes de carro.
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Como o trânsito não é uma ciência exata, outros fatores (principalmente em países do sul Global) como a qualidade do asfalto e a sinalização da rodovia deve ser levado em consideração. Ou seja, tudo tem que ter base em estudos. Será que uma abordagem parecida com a da Holanda serviria para o Brasil?


Como funciona o esquema de velocidade no Brasil?
No Brasil, tudo que envolve regras de trânsito é regulamentado pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), elaborado pelo Conselho Nacional de Trânsito. A legislação estabelece limites de velocidade diferentes para cada tipo de via: nas áreas urbanas, as velocidades variam entre 30 km/h e 80 km/h, dependendo da classificação da via. Já nas rodovias rurais, os limites são definidos conforme o tipo de pista e veículo.


Em rodovias de pista dupla, automóveis, camionetas, caminhonetes e motocicletas podem trafegar a até 110 km/h, enquanto outros veículos estão limitados a 90 km/h. Nas rodovias de pista simples, o limite para esses mesmos veículos é de 100 km/h. Um detalhe é que segundo o CTB “O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição sobre a via poderá regulamentar, por meio de sinalização, velocidades superiores ou inferiores àquelas estabelecida”.

Em resumo, velocidade máxima de circulação dos veículos pelas rodovias nacionais varia de acordo com estudos sobre a circunscrição na determinada via. A análise precisa levar em consideração as características técnicas e o tráfego, ou seja, se circulam muitos pedestres ou veículos lentos, o tipo de pavimento e se é pista simples ou dupla.
Via tipo | Velocidade Máxima Permitida |
---|---|
Vias Urbanas | |
Vias de trânsito rápido | 80 km/h |
Vias arteriais | 60 km/h |
Vias coletoras | 40 km/h |
Vias locais | 30 km/h |
Vias Rurais | |
Rodovias de pista dupla | |
– Automóveis, camionetas, caminhonetes e motocicletas | 110 km/h |
– Demais veículos | 90 km/h |
Rodovias de pista simples | |
– Automóveis, camionetas, caminhonetes e motocicletas | 100 km/h |
– Demais veículos | 90 km/h |
Estrada | 60 km/h |