A história da motocicleta no Brasil é rica e diversificada, marcada pela presença de várias marcas de motos que dominaram o mercado antes da chegada da Honda, a gigante japonesa que, hoje, é a maior fabricante de motos no país. Antes da Honda se estabelecer no Brasil, outras marcas deixaram sua marca na cultura motociclística brasileira, trazendo modelos que se tornaram ícones da época.
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Marcas de motos que dominaram a Era pré-Honda no Brasil
Nos anos 1950 e 60, o Brasil começava a experimentar o fervor pela motocicleta como meio de transporte e símbolo de liberdade. Aquele período foi dominado por marcas europeias e algumas americanas, cujas motos eram importadas ou montadas localmente.
Lambretta e Vespa
Iniciando com os scooters, a Lambretta e a Vespa foram algumas das primeiras marcas a ganhar popularidade no país. A Lambretta, de origem italiana, chegou ao Brasil no final dos anos 40, e, ao lado da Vespa, também italiana, tornou-se sinônimo de mobilidade urbana.
As duas marcas competiram ferozmente, mas o termo “lambreta” acabou se tornando genérico para ambos os scooters devido à popularidade da Lambretta. Esses scooters eram vistos como veículos de luxo, mas também acessíveis, moldando a cultura da juventude da época.
DKW
A DKW, de origem alemã, também teve uma presença significativa no Brasil. A DKW-VEMAGuma parceria entre a DKW e a fábrica brasileira Vemag, produziu motos que foram muito populares nos anos 60. Modelos como a DKW Hobby eram conhecidos pela sua robustez e simplicidade mecânica, tornando-se uma escolha comum para o uso diário e até mesmo para competições regionais.
Monarca
A Monark, uma marca genuinamente brasileira, também fez história ao produzir motos que eram acessíveis e populares entre a classe trabalhadora. Com a produção iniciada em 1955, a Monark se especializou em modelos de baixa cilindrada, como a Monark 50, que era praticamente uma bicicleta motorizada. A marca ficou famosa pela Mobilette, uma mobilete que não exigia habilitação para condução devido à sua cilindrada abaixo de 50cc.
Harley-Davidson
Antes da era Honda, a Harley-Davidson já estava presente no Brasil, sendo considerada um símbolo de status e liberdade. Embora as vendas de suas motos pesadas fossem limitadas devido às altas taxas de importação e ao mercado menos desenvolvido para motos grandes, a Harley-Davidson ainda era um nome reverenciado, especialmente entre entusiastas que buscavam a experiência de pilotar uma “Harley”.
Outras marcas e modelos
Outras marcas como a Abaixo (austríaca), a Aplicativo de ignição (alemã), e até mesmo a BSA (inglesa) tiveram seus momentos no mercado brasileiro. A Puch, por exemplo, foi conhecida pelas suas mobiletes robustas, enquanto a Zündapp trouxe modelos como a KS 50, uma mobilete que capturou o coração dos jovens brasileiros.
A chegada da Honda e a mudança de paradigma
A Honda começou a importar motos para o Brasil na década de 60, mas foi a partir da abertura de sua fábrica em Manaus em 1976 que a marca passou a dominar o mercado. Com a CG 125a Honda trouxe uma moto robusta, acessível e de fácil manutenção, algo que se adequava perfeitamente ao perfil do consumidor brasileiro da época. A introdução da Honda no mercado brasileiro mudou o cenário, com a marca japonesa rapidamente se tornando sinônimo de motocicleta.
Antes da Honda, estas são as marcas de motos que dominaram o Brasil, cada uma contribuindo para a cultura motociclística do país de maneiras únicas. Marcas como Lambretta, Vespa, DKW, Monark, e Harley-Davidson não só ofereceram mobilidade mas também moldaram a identidade das gerações de pilotos brasileiros. A chegada da Honda marcou um ponto de virada, mas essas marcas anteriores deixaram um legado que ainda é lembrado e celebrado por entusiastas da motocicleta no Brasil.